quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Cuidado com esses carros

Preconceito, em geral, é algo, no mínimo, inútil.
Mas em algus casos, é impossível evitar de se fazer algumas correlações...
No caso de veículos, a coisa fica mais séria....
A escolha, o uso, ou o trabalho em um veículo É determinada e determina o caráter do condutor mediano que costuma dirigí-lo.
Por isso, todo o cuidado deve ser tomado quando se vê um desses carros na rua.
Claro que Todo o Cuidado deve ser tomado o tempo todo, quando se dirige.
Mas em alguns casos é pior:
1 - Dono de SUV: Ou é rico de nascença e nunca viveu no mundo real ou é um novo rico e quer se mostrar. Raramente vai ter o mesmo senso moral e o respeito pelo outro que a média das pessoas. Piora quando se trata de um novo rico que sente-se na posse de um símbolo de realização. É claro que a inteligência do sujeito, em ambos os casos, pode, muito poucas vezes, vir a determinar uma relação melhor com o outro, em que ele vai se lembrar que o mundo não gira à sua volta e que nem todos são seus empregados os quais ele humilha todos os dias;
2 - Dono de EcoSport: Em raríssimas exceções trata-se de pessoas de bom senso e cordatas. Mas, pagando apenas 20% a mais que um carro popular, o dono desse veículo sente-se na posse de um SUV. Ele não pensa que é o patrão. Ele incorpora plenamente o patrão e todos tem que se virar em torno dele. Há que se lembrar que trata-se de um veículo popular montado em um chassis mais alto, apenas isso.Trata-se de um frango com carcaça de cachorro. Mas, mais das vezes, o seu dono vai se sentir "o cara"...
3 - Carro popular sujo: a respeitável condutora não tem mais neurônios disponíveis para nada. Um filho estuda de um lado da cidade, ela trabalha a 20 km de distância, a mãe mora em outro município e por aí vai. Para agravar o marido não pode ajudar pois fica no trabalho 12 horas por dia para esquecer a bagunça da casa. Depois dessa confusão toda, como é que ela vai dirigir devidamente? É muita informação para dominar. Pior ainda quando não trabalha: Almoça, assiste uma novela da tarde, depois mais umas duas daquelas porcarias mexicanas que também são chamadas de novelas. Quando chegam as 4, 4 e meia da tarde ela, infelizmente é obrigada a abandonar o lixo televisivo para buscar um catarrento na escola. Depois da balbúrdia mental que foi o dia, como ela terá consciência do que seja dirigir, ou o que seja respeitar os outros? Além do mais, em qualquer um dos casos, a causa nobre de cuidar das crias será sempre o bastante para justificar qualquer aberração que ela possa cometer no trânsito.
4 - Motorista de pet shop ou da floricultura - sempre a bordo de um fiorino branco, essa figura tem que misturar, em um mesmo personagem, a coragem para lidar com cães temperamentais ou flores com cheiro de defunto. Ele também tem que se submeter a patrõezinhos que não conseguiram mais que um trocado dos pais para abrir o próprio negócio depois que terminaram a faculdade. E ainda tem que aguentar os horários mais absurdos para apanhar e deixar o totó, ou entregar as flores naquele evento ou no enterro. Tudo isso pelo pior salário possível e sendo explorado nas horas extras que nunca são pagas devidamente. O que esperar desse motorista? Dar seta para fazer conversão? Não fechar ninguém? Andar na sua faixa de direção? Tudo isso são coisas impossíveis, depois de tamanha dificuldade. 
5 - Caminhão de carvão: Funciona assim, o dono do caminhão, ou de vários, precisa de um cara tosco que queira receber o pior salário possível em troca de se arriscar todos os dias na estrada. Mas esse cara também tem que ajudar a carregar o caminhão e fazer a manutenção, sempre mínima. Ele tem que ser louco o bastante para andar com aquelas cargas proibidas que ultrapassam em muito a largura da carroceria. A sua ética tem que ser bastante "flexível" para atender às "necessidades" da burocracia policial pelo seu caminho. Não, esse sujeito não tem tempo de aprender a dirigir devidamente. Ele mal sobrevive a cada dia do seu trabaho e de suas obrigações extra-volante.
6 - A princezinha carcomida e velha das ruas é a Kombi: A maioria tem mais de 20 anos de serviço. Há que se lembrar que o modelo é da década de 60 e nunca foi atualizado devidamente, sendo que no seu país de origem já foi superado nos anos 70. Mais um caso de motoristas "heróis" que têm que se virar para poderem completar mais um dia de serviço. E haja dificuldades: risco de incêndio - facilmente comprovável no google, pouca força no motor, engrenagens velhas barulhentas e com mal funcionamento. Além disso, é necessário se considerar que o sujeito que vai conduzir esse veículo tem que ter o perfil "adequado" para tal tarefa, ou seja, uma combinação de loucura, com simploriedade e indolência, mesmo.
7 - Carrinhos com escadas em cima: Esse cara é bom! A sua instrução geralmente não passa do ensino fundamental. Ainda assim, conseguiu juntar o dinheiro para comprar o carro e fazer serviço terceirizado para grandes empresas de comunicação. Seu comportamento para dirigir tem que ser "arrojado" como sua coragem para assumir as obrigações que assume e que deveriam ser exercidas por um técnico devidamente qualificado. O seu modo de dirigir e, sobretudo, de estacionar, tem que ser "esperto" como o patrão que lhe paga apenas uma pequena parte daquilo que pagaria a um técnico de verdade. E haja cuidado para não ter problema com eles nas ruas.
8 - Betoneiras: Esse cara também é um verdadeiro herói: 12, 13 ou 14 horas de serviço continuo. Estacionar de qualquer maneira, inclusive na contramão. Sempre servindo a grandes grupos para os quais as pessoas não tem importância nenhuma. E atendendo a clientes que só se interessam em terminar suas obras o mais depressa possível. Chega a ser impressionante que mais e mais acidentes não aconteçam com esses carros. Nesse sentido, trata-se de mais um combatente do trânsito que vive a cada dia uma guerra, em que os generais, descaradamente, não ligam à minima para o conceito da palavra gente.
9 - Cargas perigosas: o motorista geralmente é pior que a carga. E não só por culpa dele. Para ter coragem de sair por aí, praticamente sentado, em toneladas e mais toneladas de explosivos, ou coisa pior, o perfil do cara não pode ser muito normal, não. Além de conviver com o risco permanente, ainda têm que passar todas as agruras do trânsito de um pais caótico: asfaltos ruins, pontes estreitas, falta de fiscalização, necessidade de se pagar propinas, péssimas acomodações para dormir no caminho. Não, realmente não se pode imputar a um indivíduo desses a culpa pelas atrocidades que comete por aí. Nos anos recentes a coisa piora, surgem os combinados de cargas perigosas. Um acidente com um carro desses equivale à queda de um avião. E mata do mesmo jeito.
10- Caminhões em geral:  Horários apertados, cargas ruins ou desiquilibradas, asfalto péssimo, dificuldades de reciclagem profissional, desinformação, péssima alimentação, estruturas ruins nas estradas e pontos de parada, falta de respeito e corrupção absurda nos órgãos responsáveis. Tudo isso torna necessário o maior cuidado possível com esses veículos. Mais que culpar seus condutores, é necessário entender a estrutura e a falta de responsabilidade dos gestores envolvidos em cuidar das estradas.

Alguns desses tipos podem inclusive se misturar, o que provoca situações mais graves ainda de falta de bom senso e incompetência para dirigir. A maioria não tem culpa de ter chegado ao ponto em que chegou de incompetência e falta de respeito com os outros. Resta aos simples pagãos que estão à sua mercê que se acautelem o máximo possível para evitar problemas. Manter distância, pensar no pior quadro possível. E rezar, para os que acreditam nisso. Rezar muito...