quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Por que japonês trabalha o tempo todo?

O que disseram as grandes mentes?

Platão: porque somente através do trabalho diuturno se alcançaria o bem.
Aristóteles: é da natureza dos japoneses trabalhar o tempo todo.
Maquiavel: a quem importa o porquê? Estabelecido o fim de trabalhar o tempo todo, sem parar, é irrelevante discutir quem é que trabalha o tempo todo;
Marx: o atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe social de cidadãos de olhos fechados, capazes de trabalhar dia e noite.
Einstein: se o japonês trabalha tanto ou se muito trabalho é feito pelo japonês é irrelevante, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.
Darwin: ao longo de séculos e mais séculos, os japoneses têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, todos têm uma predisposição genética a trabalhar tanto.
Blaise Pascal: quem sabe? O coração do japonês tem razões que a própria razão desconhece.
Sartre: trata-se de mera fatalidade. A existência do japonês tem sua liberdade de trabalhar incessantemente.
Nietzsche: ele deseja superar a sua condição de humano, para ser um homem além do homem;
Richard Dawkins: na verdade são os genes para trabalhar tanto que estão de fato trabalhando tanto. O japonês é apenas uma forma que os genes encontraram para realizar todas essas tarefas.
Pavlov: porque antes tocava-se uma sineta e pelo alimento, que era associado ao som da sineta, o japonês trabalhava sem parar. Agora, após vários séculos de sineta e comida juntos, basta tocar a sineta que, mesmo sem estar em jogo o alimento, ele continua trabalhando indefinidamente;
Clarice Lispector: a essência do japonês está no seu trabalho. O trabalho tem o japonês. Quem vê o trabalho, vê o japonês. A essência do trabalho é o ralar, o não ficar parado, objetiva e indefinidamente. As tarefas são a essência da ocupação. Quem vê as tarefas, vê o japonês.
Estóicos: o japonês trabalha tanto pois é necessário. É o destino. Já estava previsto pela ordem universal do cosmos.
Epicuristas: é prazeroso ao japonês trabalhar tanto. O que você acha, amigo? Será que ele se preocupa com sua subsistência? Quando é que ele para de trabalhar e pensa na vida?
Filósofos da escola de Frankfurt:
trata-se de uma questão medíocre imposta pelos mentores de uma arte de massas que transformou a imagem de um japonês trabalhando sem parar em mais um produto da indústria cultural.
Martin Luther King: Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os japoneses serão livres para trabalharem, trabalharem e trabalharem até morrer sem que sejam questionados pelos seus motivos.
Schopenhauer: no ato de trabalhar, ele está fugindo de si mesmo numa tentativa de aliviar o tédio e sofrimento que é estar vivo neste mundo sem sentido.
Newton: 1) Japoneses em repouso tendem a ficar em repouso por pouco tempo; japoneses em movimento tendem a trabalhar sem parar 2) por causa da atração gravitacional exercida pelos outros japoneses que já trabalham o tempo todo.
Freud: a preocupação que faz o japonês trabalhar tanto é um sintoma de insegurança sexual devido à suposição que seja desfavorecido geneticamente;
Agnósticos: é impossível saber se o japonês realmente trabalha tanto. A incerteza há de pairar eternamente sobre esta questão.
Céticos: dizem que eles trabalham muito,  mas será que é verdade? Precisamos investigar tal questão detidamente antes de fazer qualquer declaração a respeito.
Ateus: os japoneses não trabalham tanto pois não existem, isso é uma crendice estúpida.
Deterministas: o japonês não teve escolha. Aliás, nunca terá escolha, o livre-arbítrio não existe.
Surfista: Eles trabalham muito, cara?... que demais... oh povo manêro...
Fazendeiro: por causa de que arguém que mandô es trabaiá tanto... Eita!!!
Feministas: para humilhar as japonesas, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convencê-las de que, enquanto japonesa, jamais terá a habilidade suficiente para trabalhar isso tudo...

Lista dos links -  blogs de José Adauto Resende
http://humorquinquilharia.blogspot.com.br/
http://joseresendeadauto.blogspot.com.br/
http://topicosparaagestao.blogspot.com.br/
http://noreligionthanksgod.blogspot.com.br/
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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Aqui nasceu a idéia da Frase de Machado de  Assis que é meio autobiográfica:
“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.”
Já pelo meio do Livro, ele escreve este texto sobre Dona Plácida que cuida da casa onde ele se encontra com Virgília:
“Memórias póstumas de Brás Cubas 
Capítulo LXXV  - Comigo
Podendo acontecer que algum dos meus leitores tenha pulado o capítulo anterior, observo que é preciso lê-lo para entender o que eu disse comigo, logo depois que Dona Plácida saiu da sala. O que eu disse foi isto:
-- Assim, pois, o sacristão da Sé, um dia, ajudando à missa, viu entrar a dama, que devia ser sua colaboradora na vida de Dona Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, disse-lhe alguma graça, pisou-lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou dele, acercaram-se, amaram-se. Dessa conjuncção de luxúrias vadias brotou Dona Plácida. E de crer que Dona Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores de seus dias: -- Aqui estou. Para que me chamastes? E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: -- Chamamos-te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia na lama ou no hospital; foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia. “

Não deixa de ser bem humorada a ironia que ele demonstra ao escrever que os pais de Dona Plácida estariam lhe fazendo um convite para traze-la à vida.